Causas e fatores de risco do transtorno do espectro autista (TEA)

Menino recém-nascido dormindo

Thanasis Zovoilis/Getty Images


Se você é pai ou ente querido de alguém com transtorno do espectro autista (TEA), você pode ter se perguntado o que o causa. Essa pergunta, no entanto, não tem uma resposta direta porque não há uma causa única para o TEA.

Pesquisas apontam para certos fatores de risco que colocam algumas pessoas em maior risco de desenvolver a condição do que outras. Os fatores de risco incluem ter um membro da família que também foi diagnosticado com a condição, fatores ambientais como poluição severa e nascer prematuro. 

Fatores de risco do cérebro e do corpo 

Vamos dar uma olhada em alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de ter autismo.

Forma do cérebro e crescimento do cérebro durante o desenvolvimento

As varreduras cerebrais de pessoas com autismo mostram que há diferenças em certas estruturas cerebrais em comparação com pessoas neurotípicas.

Durante a primeira infância, os cérebros de crianças com autismo crescem mais rápido do que o normal. Eles também podem ter conexões ruins entre as células cerebrais. Em crianças sem autismo, um processo chamado poda (onde o cérebro se livra de conexões que não são necessárias para abrir espaço para conexões importantes) não acontece tão efetivamente em crianças com autismo.

Infecção durante a gravidez

Algumas pesquisas apontam que a gravidez é um ponto em que uma criança pode ser suscetível a desenvolver TEA. Acredita-se que infecções bacterianas durante a gravidez aumentam o risco de o feto desenvolver TEA, mas essa é apenas uma associação leve e, na maioria dos casos, não desempenha nenhum papel no desenvolvimento dessa condição.  

História da Família e Genética

Pesquisas mostram que o histórico familiar e a genética desempenham um papel no desenvolvimento da condição. Complicações durante a gravidez ou ter filhos mais tarde na vida também podem desempenhar um papel.

Famílias com histórico de TEA

Crianças com famílias que têm histórico do transtorno correm maior risco de desenvolvê-lo. Mesmo que ambos os pais de uma criança não tenham TEA, eles podem ser portadores de alterações genéticas que causam autismo e podem ser passadas para a criança.

Quando uma criança é diagnosticada com TEA, a próxima criança pode ter até 20% de chance de desenvolver a condição. E se as duas primeiras crianças de uma família têm TEA, a terceira criança tem cerca de 32% de risco de desenvolver a condição.

A maneira como o transtorno é transmitido por gerações não é completamente compreendida. É impossível prever quem terá ou não TEA em uma família que tem histórico da condição. Uma meta-análise de estudos sobre como a genética influencia no desenvolvimento de TEA em gêmeos descobriu que a herdabilidade geral do TEA está entre 64% a 91%.

Neurexin 1 é um gene que todos nós temos e que desempenha um papel vital na comunicação no cérebro. Algumas pesquisas mostram que interrupções com esse gene desempenham um fator no desenvolvimento do autismo. No entanto, não há evidências que sustentem que interrupções com esse gene sozinho sejam capazes de causar autismo.

Há algumas evidências que sugerem que múltiplos genes podem estar envolvidos com o TEA. O TEA às vezes é associado a outros distúrbios do neurodesenvolvimento, como a síndrome de Down e a síndrome do X frágil. Além disso, o gene Reelin, que desempenha um papel importante na laminação do cérebro durante a gravidez, tem sido associado ao autismo.

Ter filhos mais tarde na vida

Pais que não têm histórico familiar da doença, mas começam a ter filhos em idade avançada, têm maior risco de seus filhos desenvolverem TEA.

Complicações na gravidez

Complicações na gravidez, como gestações múltiplas e gestações prematuras, também são fatores contribuintes. Além disso, houve algumas pesquisas indicando que gestações com menos de um ano de intervalo também podem colocar uma criança em risco de desenvolver TEA.

Fatores de Risco Ambiental 

Certas influências ambientais podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver TEA. Além disso, pessoas que já são geneticamente predispostas à condição correm um risco ainda maior quando expostas a esses fatores ambientais.

Fatores ambientais também tendem a incluir eventos que ocorrem depois que uma pessoa engravida de uma criança. Por exemplo, algumas evidências mostram que certos anticonvulsivantes tomados durante a gravidez podem levar ao desenvolvimento de TEA na criança.

A grande maioria das pesquisas sobre as causas do TEA se concentra em sua conexão com a história familiar e a genética. No entanto, crianças pequenas são expostas a milhares de materiais tóxicos na primeira infância e durante a gravidez.

Fatores de risco do estilo de vida 

Costumava-se acreditar que certas vacinas poderiam causar ASD. No entanto, uma pesquisa extensiva examinou essa teoria, e foi provado que nenhuma vacina pode causar ASD.

O TEA começa a aparecer já aos 18 meses e, como muitas crianças tomam diferentes tipos de vacinas nesses primeiros anos, o desenvolvimento do TEA tem sido erroneamente associado à tomada de vacinas. 

Antes de mais pesquisas serem feitas sobre as causas do TEA, os pais de crianças com TEA eram frequentemente culpados por causar a condição. Algumas pessoas até alegaram que a falta de atenção e cuidado dos pais de uma criança com TEA poderia causar a condição. Isso não é verdade, e décadas de pesquisa continuaram a refutar essas teorias.

Essa teoria prevaleceu entre as décadas de 1950 e 1970, quando as pessoas tinham muito pouco conhecimento sobre o TEA e confundiam a condição com um transtorno psicológico em vez de um transtorno do neurodesenvolvimento cerebral. 

Ninguém pode apontar uma causa única para o TEA, mas nunca é culpa dos pais quando a condição se desenvolve. 

9 Fontes
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